O desmatamento é, sobretudo, uma estupidez econômica, afirma a jornalista Miriam Leitão durante congresso da ABRAMPA

A  jornalista e escritora Miriam Leitão foi um dos destaques da programação do XXII Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente, realizado nos dias 24, 25 e 26, na sede do MPPA, em Belém. Promotores de justiça, profissionais do direito, ambientalistas, cientistas e representantes da sociedade civil que atuam na defesa ambiental em todo o país participaram do evento promovido pela Associação de Membros do Ministério Público do Meio Ambiente, em parceria com o MPPA.

Durante a palestra magna de encerramento do evento, Miriam Leitão abordou a interação e interdependência das questões climáticas e o cenário econômico, apresentando um panorama do desmatamento ao longo dos diferentes governos, desde a redemocratização. A jornalista afirmou, taxativa, que “o desmatamento é, sobretudo, uma estupidez econômica”. Segundo ela, já é provado que é mais rentável proteger a floresta com base no cálculo do carbono que ela é capaz de estocar. 

Miriam também ressaltou, ainda, a importância da atuação do Ministério Público como agente fiscalizador no cumprimento das leis brasileiras que garantem a proteção ambiental da Amazônia, tema central desta edição do congresso, bem como dos outros biomas brasileiros, cruciais para o enfrentamento da crise climática.

“Gostaria que pensassem no tamanho do nosso privilégio [de ter a maior reserva de floresta Amazônica em território brasileiro] e também do nosso compromisso para o futuro do planeta. Vocês [membros do Ministério Público] são parte fundamental da estrutura do Estado na proteção do nosso patrimônio natural. Espero que saiam daqui fortalecidos para realizar o trabalho de vocês”, afirmou a jornalista, que na ocasião também lançou seu livro “Amazônia na Encruzilhada”.

Ao longo dos três dias, a programação do congresso abordou diferentes questões socioambientais relevantes no contexto das mudanças climáticas. Foram discutidas propostas para enfrentar desafios como o desmatamento e a grilagem de terras na Amazônia e em outros biomas brasileiros, além das violações aos direitos dos povos originários e tradicionais e de ativistas ambientais e o combate à criminalidade ambiental organizada. 

Outros temas abordados incluíram a responsabilidade socioambiental na cadeia produtiva, a logística reversa de resíduos sólidos e a valorização e sustentabilidade das Unidades de Conservação.

Para o presidente da ABRAMPA e promotor de justiça do MPPR, Alexandre Gaio, o encontro foi também um espaço importante para troca e engajamento entre membros dos ministérios públicos que atuam na área. “Foram momentos de intensas reflexões e de proposições sobre que caminhos o Ministério Público deve seguir para a defesa do meio ambiente e da estabilidade climática. Estamos energizados após mais essa edição do Congresso da ABRAMPA”, concluiu.

“Foi muito significativo para todos nós que somos amazônidas ter recebido, em Belém, cidade que sediará a COP 30 no ano que vem e que é centro de todas as discussões ambientais no mundo atual, esta edição do congresso da ABRAMPA. O evento superou nossas expectativas, mostrando que o Ministério Público brasileiro continua unido com a questão ambiental”, completou José Godofredo, promotor de justiça do MPPA.

No último dia de evento, a ABRAMPA anunciou a cidade que sediará a próxima edição do congresso anual. Fortaleza, a capital do Ceará, foi escolhida para receber, de 9 a 11 de abril de 2025, esse encontro de membros do Ministério Público que atuam na área ambiental. O XXII Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente contou com o patrocínio de diversas instituições engajadas com a temática ambiental, entre elas o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, Caixa Econômica Federal e Governo Federal, Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, Instituto Pragma, Banco do Estado do Pará, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes e a Associação Nacional de Membros do Ministério Público.

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